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Mostrando postagens de julho, 2008

Vovô Geninho

Meu avô materno sempre foi um modelo para mim. Dentista, poeta, vereador, marido, pai e avô! Foi membro da Academia Niteroiense de Letras, e Presidente da Câmara de Vereadores de Niterói. Perseguido e preso durante a Revolução de 64, foi demitido do cargo de dentista do Ministério da Marinha em 1964, e perdeu seus direitos políticos em 1966. Faleceu em 2005 deixando muitas saudades... Era o vovô brincalhão e carinhoso que mastigava de boca aberta imitando macaco para me fazer rir, contava piadas e roubava biscoitos da vovó para nos dar às escondidas. Deixou alguns poemas publicados, mas muitos ainda estão guardados com a família, como um precioso tesouro. Recentemente minha mãe resolveu digitá-los, e começou por essa pérola escrita para mim: 2º Natal de Lísia Regina - - Poema – Ah! se eu não me acostumasse, a gostar tanto de você; talvez hoje eu não andasse, tão ansioso de lhe ver. -.- Porque você não me avisou, que após férias iria embora? Hoje eu não seria o que sou, consolando

Maniçoba

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Meu contato com a maniçoba aconteceu logo na minha primeira refeição em Belém, na viagem que eu e dois ex-alunos (Eric e Myltom, também aprovados) fizemos para realizar a prova objetiva do concurso. No restaurante havia uma grande panela de barro com uma gororoba preta-esverdeada cheia de pedaços de porco boiando. Nos entreolhamos sem entender o que seria aquilo. O garçom explicou que era maniçoba, uma “feijoada sem feijão”, feita com a folha da mandioca. Que coisa horrível! Prometi a mim mesma que nunca, por dinheiro algum, comeria aquilo. Não consigo descrever sem baixar o nível, ou fazer analogias nojentas. Para não magoar meus amigos paraenses, transcrevo um trecho da revista Nosso Pará (foi uma paraense que escreveu!): “As pessoas olham desconfiadas. Sejamos sinceros: por divinamente saborosa que seja - e é - a maniçoba, à primeira vista, mais parece excremento fresco do gado.” Blurgh! E o cheiro? Bem, o cheiro é muito bom, forte, que impregna o ambiente. Uma louca mistura de mato